Blogger Template by Blogcrowds.

Resenha | Coisas Frágeis

Autor: NEIL GAIMAN
Editora:  Conrad
ISBN:
9788576164449 
Ano: 2010 
Número de páginas: 208
Site: http://www.skoob.com.br/livro/677-coisas-frageis
“Os nove contos de Coisas Frágeis trazem Gaiman abordando os mais diversos temas, misturando puberdade, punk rock e ficção científica em "Como Conversar com Garotas nas Festas"; combinando o Sherlock Holmes de sir Arthur Conan Doyle com o terror de H. P. Lovecraft em "Um Estudo em Esmeralda"; extrapolando o mundo de Matrix em "Golias", inspirado no roteiro original do primeiro filme; ou mesmo presenteando a filha mais velha com um conto fantástico sobre um clube de epicuristas em "O Pássaro-do-Sol". Coisas Frágeis é um tratado prático de como escrever boas histórias - histórias que, como diz a introdução do livro, "duram mais que todas as pessoas que as contaram, e algumas duram muito mais que as próprias terras onde elas foram criadas".”

Contos paratodososgostos! A diversidade dos temas tratados aqui por Neil Gaiman dá ao autor uma maleabilidade precisa como contista. Por isso, o livro pode ser qualquer coisa, exceto maçante. Definitivamente, são contos de uma fantasia inovadora, do tipo que não fazemos a menor ideia do que há de vir nas próximas linhas. Isso nos faz lê-los com certa ânsia e expectativa hipnotizante.

Destaque para o conto “A Vez de Outubro”, o qual todos os doze meses do ano se reúnem para contar histórias. A história de Outubro trata-se de Nanico, um menino que passa despercebido em sua própria família, um figurante de sua própria vida, até que decide fugir e escrever sua própria história. Mais tarde ele encontra Anjo – que imagino ser o dono do rosto que aparece na capa do livro. Juntos, nos levam a uma atmosfera lúgubre cheia de mistério.

Apesar do título, os contos possuem uma frieza irônica que, a meu ver, tornou-se uma característica própria do autor. Esse foi o meu primeiro livro de Neil Gaiman, e duvido que tenha outro dele que o apresente tão bem. Que venham os próximos!

“Enquanto escrevo isto, me ocorre que a peculiaridade da maioria das coisas que consideramos frágeis é o modo como elas são, na verdade, fortes.
[...]
Corações podem ser partidos, mas o coração é o mais forte dos músculos, capaz de pulsar durante toda a vida, setenta vezes por minuto, não falhando quase nunca. Até os sonhos, que são as coisas mais intangíveis e delicadas, podem se mostrar incrivelmente difíceis de matar.” – Neil Gaiman, na Introdução de 'Coisas Frágeis'.

Resenha | O Iluminado

Autor: STEPHEN KING
Editora:  Objetiva
ISBN: 8573022035 
Ano: 1999 
Número de páginas: 314
Site: www.skoob.com.br/livro/19733-o-iluminado
“Danny é um iluminado. Maldição ou benção? A resposta pode estar guardada na imponência assustadora do hotel Overlook. Quando Jack Torrance consegue o emprego de zelador do velho hotel, todos os problemas da família parecem estar solucionados. Não mais o desemprego e as noites de bebedeiras. Não mais o sofrimento da esposa, Wendy. Tranquilidade e ar puro para o pequeno Danny livrar-se de vez das convulsões que assustam a família. Só que Overlook não é um hotel comum. O tempo esqueceu de enterrar velhos ódios, cicatrizar antigas feridas. O Overlook é uma chaga aberta de ressentimento e desejo de vingança. O Overlook é uma sentença de morte e quer Danny. A luta assustadora entre dois mundos. Um menino e a ânsia assassina de poderosas forças malígnas. Uma família refém do mal. Nesta guerra sem testemunhas, vencerá o mais forte.”
Nada como nossas fraquezas para servir de porta de entrada para nosso desequilíbrio.

Como se não bastasse os momentos infelizes daquela família em sua própria casa, a partir do momento em que Jack Torrance consegue um emprego no Overlook, os medos e fraquezas ganham outras características. Porque é no Overlook que suas limitações ganham intensidade, e qualquer abertura que você deixar poderá evoluir a proporções assustadoras.

Stephen King aos poucos e num ritmo despretensioso nos apresenta cada cômodo do Overlook com sua rede de hóspedes inesperados e perturbadores. Apesar do grande espaço do hotel, as “criaturas” procuram se aproximar cada vez mais de suas vítimas à medida em que cada espaço torna-se insuficiente para elas.

O Iluminado tem bons momentos de suspense e aflição numa intensidade que nos envolve de uma forma viciante que é impossível interromper a leitura porque quanto mais a coisa piora, mais a gente gosta.

Resenha | A Cidade do Sol

Autor: KHALED HOSSEINI

Editora:  Nova Fronteira
ISBN: 9788520920107 
Ano: 2007 
Número de páginas: 368

“Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rasheed, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos.

Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos.

Confrontadas pela História, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós.”
Até que ponto somos donos de nossa história e até quando podemos reescrevê-la?
Com uma escrita bem elaborada, o autor nos coloca muito próximos da vida dessas duas mulheres a ponto de nos vermos como cúmplices de tudo o que elas passam e tendo nossa impotência diante disso como defesa. Porque os problemas estão muito além das nossas próprias vontades e sopros de esperança quando a dificuldade de fazer uma nação inteira se reinventar seus costumes, suas culturas e se reenxergar é mais que um simples ponto de vista.
A cada parte do livro, os sofrimentos vão tomando proporções que vão escondendo a beleza que a narração, apesar de sensível, tenta passar sem muita preocupação. Principalmente nas tentativas das personagens de driblarem tudo aquilo. Então, todas as nossas formas de fuga vão se esgotando até nos enxergarmos quão perdidos estamos. A partir disso, durante a leitura, só esperamos que o ‘final feliz’ chegue o quanto antes.
Quando sentimentos como amor e esperança se tornam uma ilusão nos porões da vida, o ser humano se perde na falta de perspectivas se transformando num corpo. Mais um corpo.
Essa é mais uma daquelas histórias que gostaríamos muito de que realmente não passassem de ficções.